segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A União Europeia e a guerra das ervas

A União Europeia e a guerra das ervas

15 de Outubro de 2010
By
A notícia parece inacreditável: 01 de Abril de 2011, praticamente todas as ervas medicinais tornam-se ilegais na União Europeia.
Verdade?
Vamos ler o artigo publicado no site Gaia Health:
http://img63.imageshack.us/img63/830/herbalremedies.jpg
A indústria farmacêutica e a de alimentos têm quase concluído o ataque: sem dúvida, esta táctica acabará com o roubar o pouco que restava da nossa saúde.A Directiva Europeia sobre Medicamentos Tradicionais com base nas Ervas (European Directive on Traditional Herbal Medicinal Products, THMPD), foi publicado no dia 31 de Março de 2004 e estabeleceu as regras operacionais para a utilização de produtos naturais que antes eram vendidos no mercado aberto.
Esta directiva pede que para todas as preparações de ervas sejam necessários os mesmos procedimentos dos medicamentos. Não importa se uma erva foi utilizada por milhares de anos. Os custos destes novos procedimentos estão bem acima daqueles que a maior parte dos productores podem enfrentar: para ter uma ideia, falamos de custos que variam entre 100.000 e 150.000 € para erva. E nos caso dos compostos, cada planta deve ser tratada separadamente.
Não importa se uma erva tem sido utilizada de forma segura e eficaz ao longo de milhares de anos: deve ser tratada como uma droga de laboratório. laboratório de drogas. Naturalmente, as ervas não são drogas de laboratório, mas preparados feitos a partir de fontes biológicas que não são necessariamente purificadas pois esta prática pode mudar a natureza e eficácia, tal como acontece para o alimento.
Tratá-las como produtos sintéticos significa distorcer a natureza das ervas medicinais. Mas isso, obviamente, não faz qualquer diferença dentro das muralhas duma União Europeia controlada pela BigPharma (a maior empresa farmacêutica): uma União que integrou o corporativismo na própria constituição.
O Dr. Robert Verkerk da Alliance for NAtural Health (ANH) assim descreve o problema dos procedimentos farmacológicos para as preparações de plantas medicinais:
Obter uma erva clássica, duma área tradicionalmente conhecida como de cultivo de plantas medicinais, mas não-europeia, dado o novo protocolo será tão fácil como enfiar um cubo num buraco redondo. Este sistema ignora as regras da tradição e, portanto, não foi adequado para ter em conta isso. Esses ajustes são urgentemente necessários se o regulamento não é destina-do a discriminar as culturas não-europeias, violando os direitos humanos.
Para entender melhor o que poderia acontecer, deve-se notar que o sistema de leis de comércio tem sido o centro de manobras para permitir o controle de BigPharma e da indústria alimentar em todos os aspectos inerentes os alimentos e os medicamentos.
Se conhecem o que está a acontecer nos Estados Unidos com o leite e as afirmações da FDA ( Food and Drug Administration ), segundo a qual os alimento magicamente tornam-se remédios quando são simplesmente referidos os efeitos na saúde, devem ter notado que sobre a questão em causa foi envolvida a Federal Trade Commission (FTC, Comissão Federal de Comércio).
Ao invés de tratar dos alimentos e dos remédios tradicionais a partir da perspectiva dos direitos humanos, estes são tratados como questões comerciais. Assim, no centro da legislação sobre alimentos e ervas, ao invés das necessidades e desejos dos povos, acabaram a ambição e a ganância das grandes industrias.

O objectivo de tudo isso é tornar o mundo muito mais seguro para os negócios das grandes empresas. As necessidades e saúde da população não são absolutamente um factor que ter em conta.

E o consumidor?
http://img291.imageshack.us/img291/6753/aromatichemedicinali.jpg
Tudo bem, tudo justo. Mas agora algumas observações.
Em primeiro lugar: a lei é do 2004. O que foi feito ao longo destes 6 anos? Nada. Porque este alerta só agora, quando faltam poucos meses? Não se sabe.
Tudo bem, vamos em frente.
O sumo é: a lei tenta fazer um pouco de clareza no anárquico mundo das ervas medicinais.
Todas as plantas utilizadas são efectivamente úteis? Funcionam? Ou algumas servem apenas para enriquecer pessoas sem escrúpulos?
Quantos herbanários seguem efectivamente os métodos de preparação clássicos e comprovados?
Quantos têm condições de higiene e segurança?
Como podemos estar certos do que a preparação vendida contém a justa dose de erva?
Como podemos estar seguros de que a preparação na preparação não estão presentes ingredientes não desejados?
As relvas utilizadas na preparação estão em condições? Ou têm apodrecido em qualquer armazém chinês antes de serem vendidas?
Se o leitor tem a resposta para todas as perguntas aqui apresentadas, então sim, é um ataque da BigPharma e nada mais.
Caso contrário, temos que concordar: um mínimo de regulamentação é exigida.
Dito isso, é claro que a BigPharma não estará em lágrimas após a entrada em vigor da nova lei. Bem pelo contrário. Assim como é claro que a mesma dose de transparência deveria ser implementada nas industrias farmacêuticas, coisa que não acontece.
Quem escreve dedica imensa importância ao mundo das tradições.
Mas também não quer ver os próprios direitos atropelados por pessoas incorrectas.
Por isso, antes de ver uma conspiração universal, pensamos no simples facto que também entre os herbanários pode haver pessoas não recomendáveis; e que enquanto consumidores temos direitos. Também o direito de continuar a utilizar as ervas medicinais, claro.
Ipse dixit.
Nota: vamos continuar a seguir esta e todas as noticias relacionadas com o assunto.
Fontes: Gaia Health, Official Journal of the European Union, Alliance for Natural Health
Artigo de Informação Incorrecta

Nenhum comentário:

Postar um comentário