sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Sete dicas valiosas para um 2012 de muita paz

A inquietação e a ansiedade humana nos levam a buscar e desejar inúmeras realizações em todos os campos da vida: financeiro, profissional, amoroso e na saúde física. No fundo acreditamos que, ao concretizarmos esses objetivos, finalmente nos sentiremos completos. E o que significa essa completude mais profundamente? Significa nos sentirmos em paz, sem ansiedade.
Entretanto, os mais experientes já devem ter percebido que há uma ilusão nesse processo. Concretizamos novos objetivos (aumento da renda, novo apartamento, novo relacionamento, ter um filho, etc.), temos uma sensação inicial de bem-estar, mas ela é passageira. Logo vem novamente a ansiedade e então vamos buscar mais coisas e realizações para que finalmente possamos nos sentir completos.
Quando vivemos dessa forma, a felicidade e a paz interior estão sempre no futuro. O agora, que é a única realidade que existe, tem apenas breves momentos de alívio. Depositamos as expectativas no futuro, que não existe, e deixamos de viver em paz no agora.
Como assim "o futuro não existe?". Alguém pode questionar isso. O futuro existe apenas em forma de pensamentos que geramos. É apenas uma imagem mental ou um punhado de pensamentos. Você já conseguiu chegar ao futuro? Nunca. Toda a vez que ele chega, ele é vivido como o agora, que é a única realidade que existe.
Alguns demoram a perceber que viver dessa forma serve apenas para alimentar a ansiedade. O ego vive dessa maneira sempre no futuro e fugindo do agora. Quando ficamos em paz no presente, os objetivos se concretizam com muito mais facilidade, porém o ego inverte a ordem das coisas, querendo que os objetivos nos tragam paz.
Primeira dica: Decida que a paz interior é o que é mais importante para sua vida. Afirme para você mesmo: "Me sentir em paz é o que mais importa para mim, eu escolho a paz interior".  Repita essa frase muitas e muitas vezes até que essa ideia se torne parte do seu ser, se refletindo nos seus pensamentos e ações.
Se a paz interior é o mais importante para a sua vida, você vai escolher viver o agora, pois viver no futuro e ficar em paz é incompatível. Sim, você poderá fazer o planejamento para atingir um objetivo. Poderá pensar no futuro para concretizar algo, mas, assim que terminar de planejar, você voltará ao presente. Gradualmente você viverá a ordem natural das coisas: viver o agora a maior parte do tempo e fazer breves visitas ao futuro por meio dos seus pensamentos.
Segunda dica: Aceite cada momento que surge do jeito que ele é.  Indubitavelmente muitos momentos se apresentarão de uma forma que você não deseja. Observe a sua reação. Você sente a contrariedade tomar conta de si?  Lembre-se novamente da afirmação: "Me sentir em paz é o que mais importa, eu escolho a paz interior". Você pode ainda completar: "Eu escolho a aceitação". Aceite o agora como ele se apresenta.
Não confunda aceitação com conformismo, inoperância ou falta de atitude. Se é possível fazer algo para mudar a situação para melhor, faça. Mas escolha se sentir em paz primeiro e depois aja. Agindo dessa forma, suas ações serão muito mais eficazes. Não condicione o seu bem-estar à resolução da situação.  E caso não seja mesmo possível fazer nada para mudar, apenas aceite total e incondicionalmente e fique em paz. Aceitar significa não criar uma resistência interior àquilo que já é. Brigar com aquilo que já existe é insanidade, coisa do ego.
A mente egoica vai tentar convencê-lo a brigar mentalmente com a situação, tirando a sua tranquilidade. Fique atento, observe e não dê energia a esses pensamentos. A repetição das afirmações de paz vai ajudá-lo a manter-se firme no seu propósito.
Terceira dica: Tenha muita paciência consigo mesmo. Viver no agora e praticar a aceitação exige treino. A mente vem sendo condicionada há muitas gerações a funcionar de determinada maneira. O impulso da não aceitação e de viver no futuro será forte no início, mas, gradativamente, com persistência e paciência, o padrão vai mudando. Vale a pena insistir.
Quarta dica: Pare de reclamar de qualquer coisa que seja: governo, marido, filhos, fila do banco, engarrafamento, impostos, funcionários, de você mesmo, dos homens, das mulheres, do seu corpo... A reclamação é a manifestação mais clara da não aceitação. Qual é a sensação interior que surge quando começamos a reclamar? É algo agradável? Traz paz interior? Claro que não. Do ponto de vista prático, reclamar não muda em nada a situação e nos faz sentir mal.
Parar de reclamar não significa ficar cego ou deixar de reconhecer o mau funcionamento de alguma coisa e as atitudes negativas de alguém. Continuamos vendo tudo, mas sem gerarmos a negatividade no nosso interior, que apenas nos prejudica. Podemos ainda tomar atitudes caso estejam ao nosso alcance. Mas primeiro lembre-se de que ficar em paz é seu maior objetivo, e depois aja.
Quinta dica: Afasta-se cada vez mais do noticiário da televisão, jornais, revista e internet. Muita ansiedade, pessimismo, medo e outros sentimentos são causados ou alimentados pela pesada carga de negatividade que as pessoas absorvem diariamente. As pessoas e a sua própria mente tentarão convencê-lo de que é preciso estar informado para não ficar "alienado". Mas o que observamos é que cada vez mais as pessoas ficam alienadas por consumirem informação demais. Se tornam negativas e cheias de crenças limitantes, mas pensam que são pessoas realistas e bem-informadas.
Sexta dica: Busque autoconhecimento e ferramentas que podem ajudá-lo. Existem inúmeras técnicas e tratamentos: pratique EFT (manual gratuito no site http://www.eftbr.com.br), pratique ho'oponopono (técnica de cura havaiana – manual gratuito no site www.hooponopono.ws), use florais, receba reiki, pratique meditação, receba massagem, pratique alguma forma de arte (dançar, pintar, cantar...), invista em cursos de autoconhecimento, invista em trabalhos terapêuticos, etc.
Sétima dica: Observe a sua mente tentando tirar a sua paz interior. É apenas um velho condicionamento. De repente você se pega relembrando uma situação do passado e dizendo "eu deveria ter feito isso e aquilo", "foi muito desrespeito de fulano", "quem ele pensa que é?". Às vezes surgem lembranças de situações desagradáveis do passado e as alimentamos de forma automática com comentários e pensamentos. Outras vezes surgem discussões mentais que nem houve. Imaginamos o que deveríamos ter dito e também coisas que o outro nem disse, mas que supomos que ele deve ter pensado. É muita viagem mental. Mais uma vez, ao se dar conta desses pensamentos, tenha muita paciência consigo mesmo.  Aceite-os e procure não dar mais energia para eles. As frases de paz interior o ajudarão novamente a manter o foco. Pratique o perdão. A EFT pode ajudar muito.
Texto escrito por André Lima – engenheiro e praticante de EFT – e adaptado pela autora do blog - Cura Pela Natureza
Fonte: EFT

sexta-feira, 23 de dezembro de 2011

Marco em Saúde. L @ ​​s da Nicarágua TODOS têm livre acesso às terapias naturais

  Fazendo o meu passeio diário pela net, encontrei essa notícia interessante sobre as Terapias Holisticas na Nicarágua. O texto original está em espanhol, usei o google tradutor, e aí está, uma atitute governamental que todos os outros países deveriam seguir. Aqui  no nosso Brasil, já foram inclusas no SUS as Terapias Integrativas mas ainda não estão implantadas na maioria das unidades de saúde do País. Vejam o texto do Blog Libertação Agora.



Marco em Saúde. L @ ​​s da Nicarágua TODOS têm livre acesso às terapias naturais

22 de dezembro de 2011

Todas as terapias NATURAL AUTORIZADO NA NICARÁGUA

Postado por Josep Pàmies
http://www.espiral108.net/wp-content/uploads/2011/03/16P_naturopatia.jpg
É inédito que um país se compromete a incluir no sistema público de saúde para todas as terapias naturais, para que possam viver em igualdade de condições com o medicamento chamado "oficial". Enquanto na Suíça, graças a um referendo vinculativo chamado pela Companhia pode escolher algumas terapias naturais ainda proibido na maioria dos países da União Europeia, a Nicarágua vai significar um médio e longo prazo, ter experiências validadas por serviços públicos de saúde, a eficácia dessas terapias não são agressivos e poucos efeitos colaterais (ou nenhum - Obs. Saúde Holistica Bahia) A grande iniciativa que certamente irá atrair muitas pessoas dispostas a serem perseguidos terapias ou pelo menos desaprovado, em outras latitudes.
A água do mar, as teorias de Hamer sobre o cancro, Ayunoterapia, Constelações Familiares, terapia floral homotoxicologia, Reiky, etc, etc, todos os diferentes habilidades podem ser aplicadas na Nicarágua olhando para o total holística, medicina ou integradora. Mesmo os xamãs e curandeiros, se provarem a sua eficácia pode ser oficialmente reconhecido o trabalho legal.
Link para a Lei de Terapias Naturais
É uma conquista que vai precisar de ajuda para consolidar, juntar suficiente solidariedade internacional, para evitar as tentações do boicote Mafia of Pharmaceutical e seus lacaios, muitos dos actuais líderes políticos do mundo.
Não se esqueça que na Argentina, o fato de tentar regular os abusos da indústria farmacêutica por um presidente digno, Arturo Illia Humberto, um médico, chamado o "Apóstolo dos Pobres", liderou um golpe e derrubar pela força bruta dos militares. http://es.wikipedia.org/wiki/Arturo_Umberto_Illia La_Ley_de_medicamentos #
Fonte: Pàmies Josep blogue
Artigo relacionado em Cuam Europa: A importância de métodos de saúde natural. Será que ela começar a mudar?
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Mais artigos sobre o Novo Paradigma da Saúde, em Libertação AGORA:

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Mais informações gratuitas sobre saúde:

http://liberacionahora.files.wordpress.com/2010/08/banner-l-a3-e1281475040893.jpg?w=600

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

As Sete Emoções da Medicina Chinesa

 
As sete emoções básicas relacionadas às funções orgânicas são a raiva, alegria, preocupação, pensamento obsessivo, tristeza, medo e choque (pavor). Apesar da conexão mente/corpo ter sido reconhecida relativamente há pouco tempo na medicina ocidental, a interação das emoções com o corpo físico é um aspecto essencial na Medicina Tradicional Chinesa. 

Cada órgão corresponde a uma emoção e o desequilíbrio dessa emoção pode afetar a função do órgão. Por exemplo, a raiva prolongada pode levar a um desequilíbrio no fígado. Ao mesmo tempo, desequilíbrios no fígado podem produzir sintomas de raiva que geralmente levam a um ciclo auto-perpetuador. 

Ao discutirmos o aspecto emocional do processo da doença, é importante lembrar que é normal sentirmos a gama completa das emoções. Uma fonte de desequilíbrio surge somente quando uma emoção em particular é vivenciada por um período prolongado de tempo ou com uma intensidade específica. 

Certamente é importante que uma pessoa com problemas emocionais sérios recorra à ajuda profissional de um psicoterapeuta. Mas, mesmo nesses casos, a terapia é mais eficaz quando o desequilíbrio do órgão correspondente é ajustado. A acupuntura é especialmente eficaz no tratamento de desordens emocionais. Mesmo quando ela não é completamente eficaz no tratamento de distúrbios físicos, quase sempre ela proporciona um estado de paz emocional. 

Raiva 

Está associada ao fígado. Por sua natureza, a raiva causa o aumento do qi, o que provoca rosto e olhos avermelhados, dores de cabeça e vertigens. Isso coincide com o padrão de aumento do chamado fogo do fígado. A raiva também pode fazer o qi do fígado “atacar o baço”, produzindo falta de apetite, indigestão e diarréia, geralmente isso ocorre com pessoas que discutem na mesa de refeições ou comem enquanto dirigem. 

Numa visão mais a longo prazo, a raiva ou frustração reprimida normalmente causa a estagnação do qi e isso pode resultar em depressão ou desordens menstruais. É interessante notar que as pessoas que ingerem ervas para liberar o qi estagnado do fígado normalmente experimentam surtos de raiva quando a estagnação é liberada. A raiva passa quando o equilíbrio é restaurado. Da mesma forma, geralmente a raiva e a irritabilidade são os fatores determinantes no diagnóstico da estagnação do qi do fígado. 

Muitas pessoas ficam aliviadas ao saber que sua raiva tem um fundo fisiológico. É essencial evitar ingerir café durante o tratamento de desordens do fígado relacionadas à raiva, pois o café aquece o fígado e intensifica muita a condição desfavorável. 

Alegria 

A emoção da alegria está ligada ao coração. Uma desordem relacionada à alegria pode parecer estranha, já que a maioria das pessoas deseja o máximo de alegria em suas vidas. As desordens dessa emoção não são causadas pela felicidade. O desequilíbrio surge quando entusiasmo ou estímulos excessivos ocorrem ou boas notícias súbitas chegam como um choque para o sistema. 

Ao avaliar os níveis de estresse, os psicólogos verificam todas as fontes de estresse: positivas e negativas. É claro que a morte de um cônjuge ou a perda de um emprego é uma fonte significante de estresse. Porém, um casamento ou promoção no emprego, ainda que seja uma ocasião feliz, também é uma fonte de estresse. 

Uma pessoa que está constantemente saindo, freqüentando festas e vivendo uma vida de excessos, pode acabar desenvolvendo desequilíbrios do coração como palpitações, ansiedade e insônia. Uma pessoa com desequilíbrios no coração também pode demonstrar sintomas emocionais, já que o coração é o lar do espírito (shen). Uma pessoa com sérios distúrbios no shen do coração pode ser vista conversando alegremente consigo mesma e tendo surtos de gargalhadas. 

Tal comportamento resulta da incapacidade do órgão do coração em proporcionar um local de descanso estável para o espírito. Esse tipo de desequilíbrio é tratado com acupuntura ao longo do meridiano do coração. Os tratamentos herbários consistem em fórmulas que nutrem o sangue do coração ou yin. Se o fogo do coração perturba o espírito, ervas que limpam o calor do coração são usadas. 

Preocupação 

A preocupação, uma emoção muito comum em nossa sociedade repleta de estresses, pode esgotar a energia do baço. Isso pode causar distúrbios digestivos e acabar levando à fadiga crônica: um baço enfraquecido não pode transformar o alimento em qi de maneira eficaz e também os pulmões são incapazes de extrair o qi do ar eficientemente. 

Uma pessoa que se preocupa muito “transporta o peso do mundo sobre seus ombros”, e uma palavra que descreve muito bem como uma pessoa se sente quando o qi de seu baço está fraco é depressão. O tratamento inclui moxa e ervas que fortificam o baço, o que proporciona à pessoa energia para lidar com os problemas da vida em vez de vivenciá-los. 

Pensamento obsessivo 

Pensar excessivamente ou obsessivamente sobre um assunto também pode esgotar o baço, o que causa a sua estagnação. Uma pessoa com essa condição pode exibir sintomas como falta de apetite, esquecimento de se alimentar e inchaço após comer. Com o tempo, a pessoa pode desenvolver uma complexão pálida devido à deficiência de qi do baço. Eventualmente, isso pode afetar o coração, fazendo a pessoa sonhar com os mesmos assuntos à noite. Geralmente os estudantes são afetados por esse desequilíbrio. O tratamento padrão é usar ervas que tonifiquem o sangue do coração e o qi do baço. 

Tristeza 

A tristeza ou pesar afeta os pulmões, produzindo fatiga, falta de ar, choro ou depressão. O tratamento dessa condição envolve acupuntura para os pontos ao longo dos meridianos do pulmão e rim. Normalmente, fórmulas herbárias são usadas para tonificar o qi ou yin dos pulmões. 

Medo 

A emoção do medo está relacionada com os rins. Essa ligação pode ser prontamente percebida quando o medo extremo faz uma pessoa urinar incontrolavelmente. Nas crianças isso também se manifesta quando elas urinam na cama, o que os psicólogos associaram com insegurança e ansiedade. 

A ansiedade prolongada devido às preocupações com o futuro pode esgotar o yin, yang e qi dos rins, o que pode eventualmente levar à fraqueza crônica. O tratamento envolve tonificar os rins com tônicos yin ou yang, dependendo dos sintomas particulares. 

Choque (pavor)

O choque é especialmente debilitante para os rins e o coração. A reação “lutar ou fugir” causa uma liberação excessiva de adrenalina das glândulas adrenais ou supra-renais, que se localizam sobre os rins. Isso faz o coração responder com palpitações, ansiedade e insônia. 

O estresse crônico oriundo do choque pode ser muito debilitante para o sistema inteiro, causando uma ampla gama de problemas. O choque severo pode ter um efeito duradouro sobre o shen do coração, como fica evidente em vítimas da síndrome do estresse pós-traumático. O tratamento envolve psicoterapia, ervas que acalmam o espírito e nutrem o coração e rins, e tratamentos regulares de acupuntura 

- Fonte: How Stuff Works

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

História da Medicina Chinesa





Terça-feira, 26 de Junho de 2007


História da Medicina Chinesa

Medicina na Era Shang

A era Shang foi a primeira a deixar sinais de atividades terapêuticas, segundo achados arqueológicos datados dos séc. 18-16 AC, no curso médio do Rio Amarelo.
Já havia uma forma precursora da escrita ideográfica, que era encontrada em carapaças de tartarugas e ossos de animais usados como oráculo. Estas carapaças e ossos eram perfurados e submetidos ao calor; as rachaduras resultantes eram interpretadas pelo rei ou por um adivinho.
As bases económicas eram a agricultura e o gado. Existiam pequenas cidades onde vivia a nobreza, enquanto a maior parte da população habitava o campo.
A comunidade era formada pelos vivos e pelos mortos, os ancestrais, que dependiam dos vivos e seus rituais, enquanto os vivos eram dependentes dos favores ou maldições dos seus ancestrais.
Ti era o ancestral supremo, que provia assistência nas colheitas e nas guerras, e que era influenciado pelos ancestrais do rei.
Os Shang já reconheciam algumas (poucas) doenças, a mais importante delas sendo "maldição de um ancestral", cujos sintomas poderiam abranger desde dor de dentes até derrota na guerra.
Os procedimentos preventivos e terapêuticos envolviam presentes e oferendas aos ancestrais.
Há referências a outras causas de doenças, como "vento maligno" ou "neve", que seriam combatidos através dos shamans.

Medicina na Era Chou

Os Shang concentravam sua autoridade na capital, enquanto as regiões externas eram frágeis frente à agressão estrangeira. Por causa desta fragilidade, os Chou tomaram o poder em 1100 AC, fundando a era que toma seu nome.
A era Chou foi um período de equilíbrio sociopolítico, num sistema similar ao feudalismo europeu. Foi um tempo de paz que se interrompeu em 771 AC, com a perda gradual do poder imperial após uma série de lutas sucessórias, até 481 AC, quando se iniciou o período chamado "Estados em Guerra", em que houve um acentuado declínio moral, as velhas ordens e regras perdendo o sentido, não havendo mais o conceito de "honra" que incluia até a ética da guerra, cujo objetivo passara a ser não mais a derrota do inimigo e sim sua total aniquilação.
Estes pequenos estados em guerra criaram um mundo caótico, e o período estável do início da era Chou passou a ser considerado e lembrado como um tempo idílico. Confúcio nasceu neste período conturbado, e sua filosofia buscaria o tempo idílico, de harmonia e paz, do início da era Chou.
Em 221 AC o estado Ch'in conseguiu a supremacia sobre os outros e unificou a China. O novo rei, Shih Huang Ti, rejeitou os valores feudais que ainda restavam, e fundou um estado baseado no crescimento de riqueza material e poder militar, adotando o pensamento dos Legalistas, que preconizava um sistema rígido de leis, padronizando pesos, medidas, até a largura das estradas. Shih Huang Ti ordenou a queima de toda a literatura que não fosse científica ou religiosa, mas morre 11 anos depois de tomar o poder, começando então a era Han.

Durante a era Chou, a causa dos infortúnios, antes baseada nos ancestrais e suas influências sobre os vivos, passa a tomar em conta a percepção de que "demónios" teriam importância na vida cotidiana. A harmonia nos relacionamentos não seria mais mantida pelos ancestrais, e foram criados mitos reconhecendo "demónios" que exerceriam influências maléficas sobre o homem. Cresce de importância a presença dos shamans Wu. Estes shamans utilizavam seu acesso aos espíritos mais graduados para controlar os demônios, através de exorcismos, geralmente usando espadas e lanças. Há a atribuição de horas ou dias determinados como os mais apropriados para os rituais shamânicos. São utilizados talismãs, que são queimados e administrados sob a forma de poções, assim como drogas medicinais que serviriam para expulsar os demônios do corpo, especialmente venenos, usados como amuletos ou incensos, plantas com a aparência de armas ou cujo nome pudesse ser associado a uma arma.
Contrariamente à medicina na era Shang, o respeito às regras, ritos e convenções sociais não era proteção contra a doença.
Há o surgimento de uma forma rudimentar de acupuntura, onde agulhas sob a forma das espadas dos exorcistas eram inseridas ou pressionadas sobre treze pontos determinados da superfície da pele, para tratar as doenças causadas pelos demônios. Esta forma de acupuntura não teria como objetivo tratar as doenças em si, e sim, expulsar e combater os demónios. Não há indícios de acupuntura terapêutica no sentido real antes de 90 AC.

A Medicina de Correspondência Sistemática

Como vimos anteriormente, correspondência sistemática, no caso da medicina Chinesa, significa o reconhecimento de um sistema no qual os fenômenos se qualificam segundo princípios, e fenômenos de igual qualificação teriam poder de influência mútua. Se A e B são classificados como yang, por exemplo, agir sobre A causaria um efeito similar em B, pois pertencem à mesma classificação sistemática. Na Medicina Chinesa os princípios básicos são "yin yang" e "Cinco Fases" (wu xing), que veremos em capítulos a seguir.
O caos existente na era "Estados em Guerra" motivou o surgimento da forma de pensar que caracteriza a medicina de correspondência , que tem como pontos principais: a crença mágica na unidade da natureza; o uso dos princípios "yin yang" e "cinco fases"; englobar alguns conceitos oriundos da medicina dos demônios; o conceito de "Qi" como a base da vida, que seriam "influências materiais sutis", segundo Unschuld, sendo que esta forma de pensar apresentaria certas características da estrutura do império chinês por fim unificado, como veremos adiante.
O princípio "yin yang" surge por volta do quarto século AC, sendo sua primeira citação encontrada no "Shih Chi". No livro "Huang Ti Nei Ching" encontramos a sua primeira aplicação em medicina. Existiram várias escolas baseadas no "yin yang", algumas usando quatro subdivisões, outras seis subdivisões, e o "Nei Ching" é uma tentativa de integrar estas várias correntes com as "Cinco Fases". Uma grande dificuldade que encontramos no estudo de alguns destes conceitos é que às vezes o mesmo termo pode significar conceitos diferentes, em função do contexto onde se insere.
Apesar de encontrarmos em várias citações o Taoísmo como sendo a base da medicina chinesa, Unschuld demonstra ser o Confucionismo o maior contribuinte em relação ao modo de pensar da Medicina de Correspondência Sistemática. O "Nei Ching", tratado fundador desta medicina, cita quase textualmente um trecho de Hsun Tzu, seguidor de Confúcio, que diz que o indivíduo e a sociedade podem ser ameaçados por processos naturais, mas que a prevenção seria adotar as medidas apropriadas. O próprio Confucionismo adotou o "yin yang" e as "Cinco Fases" para explicar mudanças sociais e políticas.
A Medicina de Correspondência Sistemática usa termos bélicos, influência da sua fase formativa nos "Estados em Guerra". Os males não seriam causados por demónios, e sim por influências e emanações abstratas ou concretas. Surge o conceito de "Qi" , possivelmente originário da idéia do "vento" como uma entidade causadora de doenças, idéia por si que nasce no conceito de demónios. Em princípio, "Qi" seria somente a influência malévola, mas com o tempo evoluiu para o conceito atual, aproximadamente "influências materiais sutis", como vimos acima. (Para uma discussão mais aprofundada sobre a tradução de "Qi", veja em "Qi e Energia:Tradução, Tradição, Traição"). Surgem os conceitos de "repleção" e "depleção": "repleção" seria a supremacia de influências malévolas, enquanto "depleção" seria a perda das influências apropriadas do organismo.
A saúde e a harmonia seriam consequência de não haverem extravagâncias ou excessos, sejam alimentares, sexuais, climáticos ou morais.

A patologia na Medicina de Correspondência Sistemática constituia em:
1) "repleção" ou "depleção" nos órgãos Zang Fu
2) obstrução nos canais ou meridianos Ching.

Podemos entender o surgimento destas idéias se associarmos que, nesta mesma época, o império se unia e se integrava, surgindo grandes metrópoles, desenvolvendo-se o comércio e as trocas, com a necessidade da melhora dos meios de transportes, assim como da construção de grandes depósitos que assegurassem o fornecimento de grãos à população. Nasce um sistema complexo cujo funcionamento dependia de que as relações entre as partes deste sistema estivessem harmonizadas. O bem estar geral dependia da troca de recursos entre as partes do sistema. A terminologia médica usou os termos e os conceitos empregados no sistema como um todo: Zang, depósitos ou órgãos onde o Qi se armazenava; Fu, palácios por onde o Qi passava; Ching-Lo, canais que uniam todo o sistema, como os rios e canais da China integravam o império. Refletindo o que ocorre na irrigação dos campos e na navegação dos rios, era necessário que este fluxo fosse contínuo, sem obstruções ou transbordamentos, que levariam a falhas na distribuição dos bens, causando deficiência nos centros de consumo e excesso nos centros de produção. A Medicina de Correspondência Sistemática tem como objetivo então identificar e localizar estas obstruções, deficiências e repleções, tratando através da normalização do fluxo do Qi nos canais (ou meridianos), não se valorizando a anatomia, e sim as funções envolvidas.

A Acupuntura

A primeira descrição histórica da acupuntura como terapêutica é feita por Ssu Ma Ch'ien no "Shih Chi", 90AC. Foram descobertos recentemente nas tumbas encontradas em Ma Wang Tui livros que descrevem onze canais separados, cada um associado a uma gama de sintomas específicos, sem referência a pontos de acupuntura. Não se explicita nestes livros que tipo de circulação haveria, ou se haveria tal circulação, e somente quatro destes canais são associados aos órgãos. O tratamento seria efetuado através da queima de lã de Artemísia, ou "moxa", ou pela punção de abcessos feita com pedras ponteagudas.
O "Nei Ching" traz a primeira sistematização de todos os conceitos de saúde existentes no final da era dos "Estados em Guerra" e início da era Han. Surgem os pontos como locais de estímulo, os doze canais e a associação entre canais e órgãos. É um livro algumas vezes contraditório, possivelmente escrito por vários autores de épocas diversas, e que engloba conceitos antagônicos, bem ao modo sincrético da cultura chinesa.
Posteriormente o "Nan Ching" refina a Medicina de Correspondência Sistemática, definindo as regras e procedimentos que seriam utilizados pela acupuntura até os nossos dias. Somente na era Song surge outra obra importante, o "Da Cheng", que reúne a experiência prática de acupuntura existente nesta época. O "Nan Ching" foi um pouco esquecido como referência básica nos séculos seguintes, a visão sincrética e controversa do "Nei Ching" se estabelecendo como a principal, inclusive tendo sido a que primeiro se conheceu no Ocidente.

A Acupuntura no Ocidente

Notícias sobre uma forma exótica de medicina praticada pelos chineses já chegavam ao Ocidente desde 1255, com a "Viagem à Terra dos Mongóis", de William de Rubruk. Padres jesuítas portugueses, ao viverem longos períodos no Japão à partir do século 16, puderam conhecer mais detalhes da forma japonesa de praticar a medicina chinesa. No século 17 começaram os relatos médicos propriamente ditos, feitos por médicos ocidentais que viveram na Ásia, como Jakob de Bondt, Buschof, Willem ten Rhijne, Engelbert Kaempfer. Houve então um período de enorme interesse pela acupuntura, que já havia passado quando Dabry de Thiersant publicou em 1863 "A Medicina dos Chineses", citando inclusive trechos do "Da Cheng". Talvez por causa da presença francesa na Indochina, somente na França ainda encontraríamos algum interesse esporádico em acupuntura, até que Soulié de Morant publicou "A Acupuntura Chinesa". Soulié de Morant tentou despertar o interesse médico pela acupuntura, porém o fato de não ser médico contribuiu para uma reação negativa por parte da comunidade científica da época.
Alguns dos termos empregados por ele, como "energia", "meridianos", permanecem em uso até hoje em algumas escolas ocidentais de acupuntura.
Depois, surgem os trabalhos de Chamfrault, e Niboyet, médicos franceses pioneiros, além de Nguyen van Nghi, médico vietnamita que vive na França.
O interesse da comunidade médica foi finalmente aceso quando houve a notícia de que o jornalista americano James Reston foi tratado com acupuntura, e de que na China a acupuntura era usada como analgesia em cirurgias. Várias clínicas de dor crónica passaram a usá-la como terapia, e com o despertar do movimento alternativo, mais e mais médicos passaram a se interessar pela acupuntura.

Patologias e Síndromes

Patologia Interna

Na Medicina Tradicional Chinesa a patologia interna tem como causa desequilíbrios internos tais como:
  • Emoções (demasiado fortes/demasiado prolongadas)
  • alimentação
  • Cansaço excessivo
  • Falta de repouso
As principais perturbações energéticas:
  • Sintomas moderados / subtís
  • Evolução gradual
Coincide com o conceito ocidental de patologia crónica.

Patologia Externa

Na visão da Medicina Tradicional Chinesa a patologia externa tem como causa a penetração de factores externos (ou agentes perversos externos Xie Qi) no organismo:
  • Frio/Calor
  • Vento/Humidade
  • Secura/Canícula
As principais perturbações energéticas:
  • Início rápido
  • Sintomas intensos/agudos
  • Evolução rápida
Corresponde ao conceito ocidental de patologia aguda.

Sinais, Sintomas e Síndromes

  • Sinais:
    • Clínicos: Observados directamente na consulta (rosto, língua, pulso)
    • Funcionais: O paciente diz em consulta.
  • Sintoma - É o sinal interpretado pelo que se torna sintoma.
  • Síndrome - É o conjunto de sintomas. Estes são regulares e consistentes.

Síndromes Gerais

Conjunto de sintomas que dizem respeito à totalidade do organismo e a nenhum orgão em específico.

Síndromes de Orgão

Conjunto de sintomas que se referem à perturbação de um dos orgãos principais.
  • Baço-Pâncreas
  • Rim
  • Fígado
  • Coração
  • Pulmão

Técnicas de Diagnóstico

  • Tomada do pulso da artéria radial do paciente em seis posições distintas para avaliar o fluxo de energia em cada meridiano.
  • Observação da face do paciente.
  • Observação da aparência dos olhos do paciente.
  • Observação da aparência da língua do paciente.
  • Observação superficial da orelha.
  • Observação do som da voz do paciente.
  • Palpação do corpo do paciente, especialmente do abdômen.
  • Comparações da temperatura em diferentes partes do corpo do paciente.
  • Observação da veia do dedo indicador em crianças pequenas.
  • Tudo mais que possa ser observado sem instrumentos e sem ferir o paciente, como uma conversa levantando seu histórico de saúde e suas queixas atuais.
Para trabalhar com os sistemas de diagnósticos da MTC é preciso desenvolver a habilidade de observar aparências sutis, observar o que está bem a nossa frente mas escapa da observação da maioria das pessoas.
Na China atual, cada vez mais o diagnóstico pela MTC interage com métodos de diagnóstico ocidentais, direcionando-se gradualmente para uma total integração entre os dois sistemas. Frequentemente os praticantes combinam os dois sistemas para avaliar o que acontece com seu paciente.

O diagnóstico na MTC

Os aspectos básicos a considerar em um diagnóstico pela MTC são:
  • observar,
  • ouvir e cheirar,
  • perguntar sobre o histórico do paciente,
  • e fazer a leitura do seu pulso.
A partir das informações reunídas desta forma pelo terapeuta, é elaborado um diagnóstico usando como referência um sistema para classificar os sintomas apresentados. Este sistema se fundamenta no conhecimento dos seguintes princípios teóricos:

Segunda-feira, 25 de Junho de 2007



Técnicas terapeuticas da MTC

São sete os principais métodos de tratamento da medicina tradicional chinesa:
  1. Tui Na ou Tuiná
  2. Acupuntura
  3. Moxabustão
  4. Ventosaterapia
  5. Fitoterapia chinesa
  6. Terapia alimentar chinesa ou Dietoterapia Chinesa
  7. Práticas físicas: exercícios integrados a prática de meditação relacionadas à respiração e à circulação da energia, como o Chi Kung, o Tai Chi Chuan e outras artes marciais chinesas internas que podem contribuir para o reequilibrio do organismo. Estas práticas são consideradas simultaneamente métodos profiláticos para a manutenção da saúde e formas de intervenção para recuperá-la.
A Medicina Tradicional Chinesa utiliza a fitoterapia e outros medicamentos como seu último recurso para combater os problemas de saúde. Segundo a sua crença básica, o corpo humano dispõe de um sistema sofisticado para localizar as doenças e direcionar energia e recursos para curar os problemas por si mesmo. O objetivo dos esforços externos deveria focar-se em cuidadosamente auxiliar as funções de auto cura do corpo humano, sem interferir. Refletindo esta mesma idéia, um ditado chinês diz que: "Qualquer remédio tem 30% de ingredientes venenosos."
Atualmente, a Medicina Tradicional Chinesa está progressivamente incorporando técnicas e teorias da medicina Ocidental em sua praxis, em especial os tipos de exames sem características invasivas.

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Publicada por jcf001 em 23:08